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Majas y Venus na História da Arte
Por Ignez ferraz
A “Vênus” (2006) do título do filme que Peter O´Toole (concorreu ao Oscar de melhor ator, mas não levou) admirada na National Gallery, em Londres, se refere ao quadro “La Venus del Espejo”, único nu atribuído a VELÁZQUEZ (1599-1660) – e, para mim sua melhor obra (incluindo o famoso “As meninas”, como mencionado em Espanha).



“La venus del Espejo” não possuía paisagens ou criadas no quarto, como nos quadros italianos e flamengos da época, que dispersavam a visão principal. O tafetá preto exalta ainda mais o corpo desnudo.


A existência do cupido alado a transformaria numa Vênus mitológica. Desconfia-se, porém, que seu autor quisesse representá-la como uma mulher real, já que não a pintou de ruiva (cor dos cabelos dos mitos) e utilizou um corpo esbelto, admirado na Espanha, mas execrado nos demais países. Acredita-se que a mulher que pousou para esta Vênus fosse uma das amantes do Rei Felipe IV, conhecido pelas suas peripécias amorosas, tão incentivadas naquele período. Além de viúvo, apenas o próprio monarca poderia ter encomendado tal obra erótica, pois os nus eram condenados socialmente.


Em minha opinião, ela é a mais sensual entre as famosas “reclinadas”. Durante mais de um século foi o único quadro de nu espanhol até Goya pintar "La Maja desnuda".


“La Maja desnuda” de GOYA (1746-1828) foi a primeira figura feminina (não mitológica) da História da pintura a mostrar os pelos pubianos.



Tudo leva a crer que ”La Maja desnuda” foi encomendada por Manuel Godoy (ministro de Carlos IV) para seu gabinete, dividindo as atenções com a “Venus del espejo” (ele seria o terceiro proprietário desta obra).


Supõe-se que era recoberta por outro quadro – “La Maja vestida”, também pintada por Goya na mesma posição, formando um jogo freqüente na época. Ambas fazem sucesso no Museu do Prado.



Aponta-se a possibilidade de que a Duquesa de Alba, Doña Cayetana (com quem Goya estava unido na ocasião), tenha servido de modelo para as duas Majas. Alguns acreditam que a “vestida” parece mais “desnuda” do que a própria, por apresentar uma técnica com pinceladas mais pastosas e livres, em contraste com a perfeição acadêmica da outra.


“La Venere de Urbino” (1538) apresenta uma história curiosa: Giorgione foi o primeiro artista veneziano a mostrar uma “Vênus adormecida” em plena natureza. Como faleceu em 1510 antes de terminar o quadro, coube a Tiziano, seu colega de ateliê, concluí-lo.





Mais de um quarto de século depois, TIZIANO retoma o tema, porém ambientando a Vênus numa cama, com os olhos abertos, consciente do seu encanto. Com isso, libera o nu da figura mítica – cria a mulher real. Está exposta na Galleria degli Uffizi em Florença.



Apesar da presença das criadas e de móveis no ambiente como as arcas, o plano preto atrás da jovem ressalta o corpo da "Vênus de Urbino".


Seu corpo revela o ideal da beleza e gostos eróticos do Renascimento pleno: formas arredondadas e corpulentas, ombros largos, seios pequenos.


Mais de três séculos depois, "A Vênus de Urbino" seria inspiração para "Olympia", do impressionista francês Manet.



"Olympia" foi pintada em 1863, mas só apresentada ao público dois anos depois, causando reações contrárias mais fortes do que "Almoço na relva" (“Le déjeuner sur l’herbe”, obra que mereceu uma “apropriação” – ou releitura – de Picasso).


Era um retrato de uma jovem prostituta nua - sua modelo favorita, Victorine Meurent - com um gato negro aos seus pés no lugar do cachorro de Tiziano.


Bem, se vocês me perguntarem agora qual seria minha VÊNUS predileta de TODA História da Arte, não hesitaria em escolher uma em pé: a Afrodite (deusa grega da beleza e do amor) representada no quadro
“O nascimento de Vênus” (1486) de BOTTICELLI.



Quase em tamanho natural, a Vênus de Botticelli surge numa concha carregada pelas ondas do mar, impulsionada pelo vento, exibindo graciosamente seu corpo perfeito.


O nu feminino havia sido proscrito da arte durante um milênio como símbolo da luxúria.
Foi necessário esperar até o Renascimento para se redescobrir a beleza do corpo feminino. MAS VALEU A PENA!


P.S. O MNBA apresenta a exposição “O Louvre e seus visitantes” do fotógrafo Alécio de Andrade:



E sabem quem é a mulher desnuda da foto? Nenhuma vênus apresentada neste artigo. Trata-se de uma Odalisca de Ingres.



“Grande Odalisque”, Ingres, 1814, Louvre, Paris
 
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