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Gueixas de Hokusai
A Marcia Miura, por Ignez Ferraz



O filme “Memórias de uma gueixa” teve 6 indicações técnicas ao Oscar 2006 – Som (trilha sonora, mixagem e edição) e Arte (direção de arte, figurino e fotografia). “Papou” todas as artísticas, com o devido mérito, principalmente o de figurino, pelo seu rigor estético.


Porém, se você se sente atraído por este misterioso mundo, leia o livro homônimo, de Arthur Golden (tradução de Lya Luft), bem superior ao filme.
O lado mais fascinante se encontra na descrição dos gestuais, atitudes e vestuário destas mulheres, que selecionadas desde crianças, são treinadas arduamente na arte da sedução por dinheiro (este aspecto é igualzinho ao ocidental).





Kimono Boutique “Bushoan” em Tóquio – Shigeru Uchida, Ikuyo Mitsuhashi.


O vestuário é complexo: koshimaki (quimono que pode custar uma verdadeira fortuna, dependendo da importância da gueixa), tabi (meias brancas abotoadas na lateral), okobo (aqueles tamancos com solas altíssimas) e o obi.
A maioria das pessoas pensa que o obi é apenas uma faixa amarrada atrás. Longe da verdade – é necessário ser um verdadeiro “vestidor”, para conseguir colocar esta peça, que mede duas vezes a altura de um homem e é tão larga quanto o ombro de uma mulher.





Kimono Boutique “Seiseian” em Tóquio – Studio 80


Mas se você quiser admirar estes seres graciosos de forma não ficcional, conheça o trabalho do japonês Katsushika Hokusai (1760-1849),
o mais famoso artista do oriente, tendo influenciado do Impressionismo à Arte Moderna (nota), com um enorme volume de obras, pois trabalhou até o fim da vida.





“Duas cortesãs” – pintura sobre seda (753 x 412 mm), 1805. Azabu Museum of Arts and Crafts.


Estas mulheres enigmáticas consideram-se artesãs ou artistas, pois afinal de contas, “guei” significa arte.
Aprendem a dançar e a tocar shamishen (espécie de guitarra japonesa), a servir chá e amakuchi (saquê leve e doce), com delicadeza e sensualidade, deixando a parte interna do pulso sempre à mostra, fetiche dos japoneses (o outro fetiche é a nuca, daí os coques complementados por pinturas).





Gravura (220 x 315 mm) extraída do livro “A bruma de Sandara”, editado pelo clube de poesia de Kasumi, 1798. The Art Institute of Chicago.


Se, contudo, preferir conhecer a história das gueixas “in loco”, nada como uma viagem à Kioto, onde você poderá participar de uma verdadeira cerimônia do chá, ou de um ficcional casamento japonês.


Foi a minha escolha, na época da Faculdade, apaixonada que era pela cultura oriental (principalmente a dupla K&K – o arquiteto Kenzo Tange e o cineasta Akira Kurosawa).
Fui selecionada para ser a “noiva” do casamento e passei por todo aquele ritual técnico do vestuário.



Me preparando para o casamento...





Mas logo ao entrar para a cerimônia, não soube andar com os “okobos” e tropecei no meu quimono nupcial. Resultado: voei para um lado e a peruca para o outro lado do palco. Definitivamente não dou para gueixa...
É claro que minhas amigas não perderam a oportunidade de fotografar meu tombo, mas esta foto eu não vou mostrar aqui no site, ok?



Nota: A mais conhecida influência de Hokusai no ocidente foi Camille Claudel, discípula e amante de Rodin (leia também “Beija-nos”). “A grande onda”, imagem mais divulgada de Hokusai, serviu de inspiração para a escultura - em ônix e bronze – de Camille, intitulada “A onda” ou “As banhistas”.


 
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