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O que é Arquitetura sustentável?
Por Iberê Campos (imagens e legendas Ignez Ferraz)
Além da necessidade de atrair os consumidores, a atitude reflete um movimento que cresce ano a ano: o da consciência sobre a necessidade de preservação do ambiente natural. Sabe-se que não há como construir sem causar impacto, mas sempre é possível reduzir os danos e, quando estes forem inevitáveis, deve-se pensar numa compensação.
É a partir deste pensamento que surge o conceito da arquitetura sustentável, com suas várias tendências.
Não se pode confundir arquitetura sustentável com bioclimática ou ecologia - são ciências correlatas, mas diferentes.



Respeito à natureza
Casa na árvore “Between Alder and Oak”, Andreas Wenning/Baumraum, ALEMANHA

Como no caso das epífitas (plantas que vivem sobre os troncos de outras plantas, como as orquídeas, por exemplo), a natureza oferece o suporte para a arquitetura. O relacionamento harmonioso foi estabelecido e, assim como na natureza, a presença de epífitas não prejudica a árvore onde elas vegetam: o respeito pelo ambiente natural foi primazia na construção.



O apelo ecológico vem norteando diversos projetos arquitetônicos, tanto em empreendimentos residenciais quanto comerciais e industriais. Além de uma legítima preocupação com o meio ambiente e a diminuição do consumo de energia, existe também um lado puramente comercial, por ser “politicamente correto”. Assim, o mercado oferece desde tintas a base de água - não tão ecológicas assim, segundo os especialistas - até fios que não provocam fumaça tóxica, passando por vasos sanitários econômicos e sistemas alternativos de tratamento de água e de geração de energia.



Economia de luz e água
Residência “Walla Womba”, 1 + 2 Achitecture, AUSTRÁLIA

Esta casa foi projetada e construída para integrar-se ao ambiente natural e perturbar o mínimo possível o ecossistema existente. Isolada no meio da floresta, ela não está conectada à rede de abastecimento de água ou esgoto. Possui um sistema de captação de água de chuva e outro para reciclagem de águas servidas, além de painéis fotovoltaicos para garantir a energia necessária ao funcionamento da moradia.



Atualmente, entende-se por ARQUITETURA SUSTENTÁVEL um conjunto de tecnologias que envolvem especialidades distintas como a engenharia civil e filosofia. Para quem se lembra, a arquitetura sustentável é uma vertente da idéia expressa em 1987 no Informe Brundtland. Prega-se o uso dos recursos disponíveis na natureza para atender as necessidades de sobrevivência do Homem, mas, ao mesmo tempo, preservando o planeta para gerações futuras, com atitudes sustentadas por um tripé – as soluções devem ser SOCIALMENTE justas, ECOLOGICAMENTE corretas e ECONOMICAMENTE viáveis.


O conceito de sustentabilidade pode (e deve) estar presente em todas as etapas de uma edificação, desde o projeto até seu uso diário, passando pela construção propriamente dita, que deve usar métodos e materiais que não comprometam o meio ambiente, tanto do local propriamente dito da obra quanto das origens de onde os materiais foram extraídos, beneficiados ou fabricados.



Materiais naturais ou reciclados
Casa “Loblolly”, Kieran Timberlake Associates, ESTADOS UNIDOS

Construída sobre uma estrutura de madeira nativa (loblolly pine), esta casa foi projetada com o intuito de otimizar tanto o tempo de construção (com a pré-fabricação da estrutura), quanto a utilização de materiais naturais. Este projeto leva em consideração todas as etapas do processo, da construção ao desmonte.



O custo das opções adotadas no projeto e na construção pode variar muito, indo de zero a milhões. Depende do nível de informação, do conhecimento e da disposição de quem está projetando e construindo. Neste contexto, o trabalho do arquiteto é importante, pois ajuda a reunir informações que podem estar pulverizadas entre várias especialidades, mas necessitam trabalhar em conjunto, devendo ser previstas antes do início da obra.



Baixo custo
Casa “R4”, Luis de Garrido, ESPANHA

Este projeto, apresentado na feira Construmat 2007 na Espanha, consiste em duas casas feitas a partir de contêineres de navio - uma tentativa de apresentar uma solução econômica e atrativa para a construção a partir de materiais reciclados. Tudo foi projetado para minimizar a utilização de recursos não renováveis e combustíveis fósseis durante sua produção.



OBRA SUSTENTÁVEL SEM MUITO GASTO


Os defensores da arquitetura sustentável garantem que é possível aderir ao movimento sem gastar fortunas na busca de materiais ditos "ecológicos", ou ter que se aventurar usando materiais alternativos. Para tanto, existem algumas recomendações básicas como, por exemplo:


Fundação e estrutura – Usar cimento tipo CP-3 RS32 ao invés do CP-2. Além do CP-3 ser em torno de 15% mais barato, sua composição utiliza entre 35% a 70% de escória da siderurgia, ou seja, resíduos do processo de produção do aço. O CP-3 é mais resistente à ação de substâncias ácidas, sendo, portanto indicado para construções nas regiões litorâneas. Sua fabricação permite economia no consumo de calcário e uma menor emissão de gás CO2.


Argamassa - Usar cal posolânica nas massas de assentamento e de reboque. Este tipo de cal tem 70% de rocha mineral finamente moída em sua composição, o que dispensa o processo de queima na produção, economizando água. Para assentamento de alvenaria, o traço da mistura fica mais econômico - 1 parte de cimento para duas de cal posolânica e 8 de areia. Para o reboco, diminuir a quantidade de areia para 6 partes.


Paredes – Devemos preferir materiais à base de terra. Eles permitem melhor “respiração” das paredes, muito superior àquelas feitas com blocos de concreto. O ideal é usar tijolos de solo-cimento que, dependendo do modelo, podem até dispensar a argamassa no assentamento. Este tijolo não precisa usar fogo para ser produzido, e já vem com orifícios para passagem da fiação elétrica e da rede hidráulica. Se não for possível usar solo-cimento, podemos usar, por ordem de preferência, o tijolo de barro cozido, bloco cerâmico e, por último, o de concreto.



Veja mais fotos desta casa.


Esquadrias – Dê preferência as de madeira – de média ou alta densidade, para aumentar a durabilidade. O consumo de energia para fabricar uma esquadria de madeira chega a ser 5 mil vezes menor do que as de alumínio e, de quebra, melhora o conforto térmico da construção. Entretanto, é preciso um tratamento adequado para impedir a degradação da esquadria. Uma solução caseira consiste em passar duas demãos de óleo de linhaça nas que ficarão expostas ao meio ambiente e, se a solução arquitetônica estiver prevendo pintura, usar esmalte sintético à base de água.


Revestimentos - Prefira produtos à base de água pois agridem menos o meio ambiente, a camada de ozônio, o profissional que vai aplicar o revestimento e, claro,o morador... Hoje existem diversas tintas com estas características, além de vernizes, colas de contato e resinas. Use estes esmaltes sintéticos também para pintar metais e batentes. Para pisos e nas paredes do banheiro e da cozinha opte por cerâmicas e azulejos com o certificado ISO 14001, o que significa que o fabricante adota medidas de controle sobre o sistema produtivo de forma a ter menos impacto ecológico. Quando possível, use madeira ao invés de cerâmicas nos pisos.


Cobertura - Preferência para telha simples, de barro queimado, ao invés das esmaltadas - o arquiteto pode tirar proveito de sua aparência mais rústica.
 
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