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MEXAM-SE! Móveis giratórios e deslizantes
Por Ignez Ferraz
Dancing and Jumping furniture



Poltrana desdobrável Ori.tami, Giulio Manzoni, Campeggi, 2007


TODOS OS EXEMPLOS DESTE ARTIGO SÃO PROJETOS DE MÓVEIS DA ARQUITETA IGNEZ FERRAZ


É claro que sempre curti os transformáveis – tanto que, em 1980, lancei a linha infantil PRISMA 3. Mas assim como na moda, onde a cada estação novos nomes são incorporados ao nosso vocabulário - calças "cargo", sandálias "birkenstock", "rosa-seco", "verde-menta" - os móveis também são apresentados com características mutantes.


Nem sempre familiarizados com os termos, o leitor fica em dúvida se agregam algum diferencial ao produto que pretende adquirir.
Para esclarecer um pouco estas diferenças, compilamos as nomenclaturas mais freqüentes que adjetivam o Design de mobiliário. Neste artigo falaremos sobre os que possuem diferentes tipos de movimentos.





Rodízios são utilizados em mobiliário desde o final do séc. XVIII, principalmente no reinado de George III, da Inglaterra, quando desenhos simples e originais substituíram a influência do rococó francês. Em latão dourado e bem miúdos, podiam ser encontrados em todos os tipos de mesas: jantar, jogos, trabalho ou nas sempre presentes occasional tables.


Seu uso e formato permaneceram inalterados durante todo o séc. XIX, mesmo com o revival neo-rococó dos móveis Luis XV.
Já no séc. XX, com o retorno à simplicidade, os rodízios começaram a crescer em diferentes cores e materiais até chegarem a ser, algumas vezes, o destaque do móvel.


Mas não só rodízios fazem móveis se locomoverem. Outros tipos de movimentos com mecanismos apropriados surpreendem, tornando o móvel mais prático no dia a dia. São mesas de jantar que se esticam para abrigar mais lugares, sofás que se desdobram em confortáveis camas ou até mesmo poltronas giratórias (influenciadas pelas linhas office) que facilitam o bate-papo e dinamizam o espaço.


NÔMADE


Os rodízios saíram das mesas espalhando-se por estantes, sofás, poltronas e até mesmo armários de cozinhas e banheiros (como a premiada “linha Aline”). Substituíram o móvel sob medida e ainda podem circular pelos quartos e escritórios.


Os módulos Deco vistos acima possuem dupla função: guardam CDs, DVDs ou livros e ainda se comportam como pufes ampliando o número de assentos na sala. Podem ficar resguardados sob uma base para TV e som. (Veja esta solução em “Fio da Memória – “SOCIAL”)


Obs: Conheçam também outro exemplo de pufe multifuncional – o premiado “Bumba-meu-boi”, no artigo “Sul, Movelsul”).


DESLIZANTE


Já a dupla funcionalidade da mesa Liana não exige nenhuma ferragem. Pequenas peças soltas e deslizantes podem compor o tampo da mesa de centro, e ainda servir de bandejas na hora do lanche.





Obs: No artigo “IT Nipônico” vocês podem ver a mesa Liana composta com tapete e luminária chôchin.
O exemplo mais utilizado de deslizante é a superfície de trabalho corrediça, perpendicular a uma bancada fixa. Vejam no quarto de adolescente em “Fio da memória – “ÍNTIMO”.
EXTENSÍVEL


Tampos deslizantes também podem ampliar ou encolher a superfície de mesas e estantes, adaptando-se ao espaço disponível e facilitando a circulação diária.

Como exemplo, a mesa Adê, formada por dois tampos extensíveis e estrutura de metal fosca. Fechada ela mede 0,60 x 1,20 m, e aberta seu comprimento pode chegar a 1,80m.





TELESCÓPICO


Com o desenvolvimento das ferragens telescópicas, surgiu uma outra modalidade extensível: embutem-se tábuas de passar roupas ou tampos extras de trabalho que alcançam 1m de extensão, ainda que a profundidade da mesa seja de apenas 50 cm. O termo tem origem francesa – telescopage, característica daqueles móveis na década de 80.


A mesa Cristina, além de abrigar gavetas e revisteiros escamoteados, possui extensão desdobrável que organiza um espaço em L para o trabalho, inclusive para pequenas reuniões. Fechada, seu aspecto é de mais uma gaveta.





Obs: Na linha OFFICE-HOME “Fabio”, embute-se o computador. Ideal para quem não possui um local adequado para este equipamento, necessitando ficar camuflado.


GIRATÓRIO


Móveis rotativos facilitam a movimentação do usuário. No inicio encontrado apenas nas tábuas centrais das mesas de jantar orientais, hoje novas ferragens giram grandes mesas de centro ou até mesmo pesadas TVs.


A mesa Bê, além de giratória, possui porta-salgadinhos de aço inox removíveis e embutidos de forma assimétrica. (Veja sua utilização na matéria “Múltiplas funções”.)





Obs: Outro ótimo exemplo deste movimento é a “mesa Teo”, onde cada lateral possui uma gaveta sem ocupar espaço. Por ser giratória, pode estar próxima às paredes.


PIVOTANTE


Quando o eixo de rotação é assimétrico, com abertura de 90 graus, recebe a nomenclatura de pivotante (da dobradiça pivot). Na verdade, basta um pequeno pino de alumínio unindo duas superfícies para que elas “pivotem”.
Mas atenção à localização do mesmo, porque ao girar, o tampo ou a gaveta “crescerão” do tamanho da sua diagonal.





Obs: Estas caixinhas podem ser utilizadas empilhadas, como vocês podem observar no quarto da Paulinha no artigo “Espaço infantil – “ESTUDAR”. Gavetas com esta abertura lateral também são encontradas na matéria “Espaço para sonhar”, quarto da filha da artista plástica Mariana Canepa, publicado na Domingo.
Um exemplo bem prático foi o executado no “Studio de Adolescente” da Casa Cor. Nele, dois tampos em laminado pivotam sob as bancadas fixas de madeira, formando uma grande mesa para trabalhos em grupo.





Para finalizar o artigo, nada mais apropriado do que uma coreografia do fantástico bailarino e diretor de dança David Parsons.


Nota: Quem não foi assistir no Municipal esta companhia nova-iorquina, não imagina o que perdeu. (Caught, com luz estroboscópica, certamente será sempre lembrada como uma das obras mais criativas mundiais. Revê-la causou-me o mesmo impacto) De todas as Artes, o balé foi sempre a que mais me instigou, pela composição ritmada de música e movimento. São inesquecíveis as apresentações de Béjart (meu primeiro delírio ao assistir a “Sagração da Primavera”, dançada por 20 bailarinos masculinos), Marta Graham, Pina Bausch, Philobolus, Momix, Alwin Nikolais e Alvin Ailey. E, lógico, David Parsons!


Com este artigo homenageio todos os comprometidos com a dança, que me comoveram e me proporcionaram momentos de intenso prazer, surpresa e admiração!


Conheçam a Linha Dancin' Days de móveis multiuso desenhados por mim, que também homeganeia o balé.





E-mails dos "inspiradores":


Ignez querida,

Que máximo!!! Sempre desejei ser homenageada nos seus móveis e a minha mesa é a mais bonita!!! Achei o artigo maravilhoso. Parabéns e MUITO OBRIGADA.

Muitos beijos,
Adelaide (Adê)


Ignez,

Por acaso, encontrei com a Adelaide em Ipanema. E me falou das homenagens antes que eu as visse! Adorei. Minha mesa é linda e a composição em torno também.
bjs

Liana


E dos que entendem de dança, como meu cliente José Luiz Pederneiras do grupo CORPO:


Oi Ignez. Muito bom o artigo e bacana a referência do balé.
Um abraço.
 
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